segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Pedro Ribeiro e Nuno Costa Santos falam sobre Rádio e Televisão



Pedro Ribeiro e Nuno Costa Santos foram os convidados do workshop sobre entretenimento na rádio e televisão, que teve lugar na passada quarta-feira, dia 26 de Novembro, no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP). A subversão na rádio e na televisão e as grandes diferenças entre os dois meios de comunicação foram os temas que mereceram maior destaque.

Nuno Costa Santos, jornalista do Rádio Clube Português, explicou que a escrita para rádio é “muito mais directa, muito mais económica, muito menos palavrosa”, do que a escrita para televisão ou mesmo para jornal. Na rádio, “a palavra ganha uma outra dimensão”, referiu.

“A rádio tem muito a ver com a técnica do improviso”, defendeu Pedro Ribeiro, director de programas da Rádio Comercial. Na televisão, “a câmara pode ser muito intimidatória e só deixa de [o] ser quando te esqueces que ela está lá”. Para o locutor, a rádio é “na sua essência muito mais humana ou muito mais directa, sem filtros. Na rádio, és mais tu”. Ganha-se a “capacidade de lidar bem com situações novas”. Por estes motivos, para si, começar pela rádio “é uma grande vantagem”.

Para Nuno Costa Santos, “o jornalismo em Portugal é demasiado conservador”, mas acha que ainda “é possível fazer jornalismo criativo” no país. Os convidados relembraram os tempos do jornal O Independente e da revista Kapa. Desde aí, parece haver “um vazio em irreverência, na capacidade de subverter os princípios”, disse Pedro Ribeiro. “Regredimos imenso. Tornámo-nos mais conservadores, mais pudicos, mais incapazes de explorar as gaffes”.

Pedro Ribeiro deixou ainda um apelo ao auditório de cerca de 50 pessoas, na sua maioria estudantes de comunicação: “Cabe-vos a vocês, que são a próxima geração de profissionais dos media, não se vergar ao politicamente correcto”.

O workshop foi organizado por alunos do terceiro ano do curso de Ciências da Comunicação do ISCSP, no âmbito da cadeira de Técnicas de Rádio. No final do evento, um dos organizadores, João Anjos, confidenciou à N: “Correu bem. A moderadora esteve bem e os convidados corresponderam, bem como a audiência que colaborou”.

Inês Moreira Santos

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